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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

A CHINA É UMA POTÊNCIA MUNDIAL E PARCEIRA DO BRASIL.

Os investimentos chineses por aqui já chegam a R$ 100 bilhões. Das commodities à tecnologia, o gigante asiático está fincando suas garras na indústria nacional, como parte de um objetivo maior: ditar as regras da globalização. Há 10 anos, a China é o principal parceiro comercial do Brasil no mundo. A relação entre os dois países vem se aprimorando com o passar do tempo: em 2018, a soma das importações e exportações entre os dois países alcançou um recorde inédito na América Latina — US$ 98,9 bilhões, ou quase R$ 400 bilhões, sinalizando um ápice na relação bilateral. Os chineses estão investindo pesado no Brasil, seja como pessoa física ou jurídica, adquirindo terras, empresas e investindo em vários setores, entre os quais estão planejamento estratégico, infraestrutura, transporte, agricultura e energia. Há cooperação entre os países nas áreas de mineração, ciência, tecnologia e comércio. O Brasil é um parceiro estratégico dos chineses porque tem tudo que eles estão precisando a cu

CHIMÉRICA: UM CASAMENTO EM MAUS LENÇÓIS?

Por Richard Bernstein Em Nova York (EUA) "Superfusion" (Superfusão) - este é o título de um novo livro escrito por Zachary Karabell, que descreve como a "relação única entre a China e os Estados Unidos se tornou o eixo da economia mundial".   Trata-se de um conceito capcioso em um mundo que luta para acompanhar o ritmo de uma economia que muda rapidamente. Ele é praticamente idêntico a outro neologismo, cunhado há alguns anos pelos historiadores da economia Niall Ferguson e Moritz Schularick para descrever a relação econômica sino-americana: Chimérica.   A China e os Estados Unidos são, sem dúvida, economias enormes com um volume de negócios imenso - US$ 150 bilhões (R$ 258 bilhões) em comércio em 2002; quase US$ 450 bilhões (R$ 775 bilhões) em 2008, e não muito menos do que isso em 2009, apesar da crise econômica. Mas os termos superfusão e Chimérica sugerem algo além dessa amplitude. Segundo a análise de Karabell, os dois gigantes se tornaram "uma hip

QUEM MANDA NA GLOBALIZAÇÃO?

                 Não há dúvida, que vivemos um momento singular da história, especialmente marcado por uma crescente interdependência entre os atores econômicos globais – governos, empresas e movimentos sociais, bem como, entre os indivíduos, numa escala sem precedente. Esse cenário só se tornou possível com os recentes avanços tecnológicos do final do século XX, principalmente nas telecomunicações, que potencializou as possibilidades de integração econômica à distância. A internet se revelou a mais inovadora tecnologia de comunicação e compartilhamento de dados. Surgiu assim, a sociedade em rede, a qual se configura numa massa conectada a partir de terminais eletrônicos e na crescente capacidade de criar novos conteúdos digitais. Já nos acostumamos às redes sociais internacionais como facebook, instagram, whatsapp e outras, ou seja, com a instantaneidade dos dados e dos conteúdos digitais que fluem pelo mundo, mas a covid-19 nos surpreendeu, pois o vírus que surgiu numa cidade chine

O NOSSO ANTIAMERICANISMO DELIRANTE!

  É natural reagirmos à figura dos Estados Unidos. Seria preocupante se fôssemos indiferentes. Essa reação tem sido muito mais de aversão, de ódio, desprezo, aos irmãos do Norte. Mas por quê desse tipo de aversão? Temos uma visão negativa deles, pressupõe que a figura dos Estados Unidos da América esteja associada à de um país dominante, que explora, invade, rouba, saqueia o resto do mundo, que é um país superdesenvolvido e superpoderoso porque saqueou os demais países. Portanto, de acordo com essa compreensão os EUA são herdeiros direto dos colonizadores europeus, os quais saquearam a América, a África e a Ásia. Que os EUA são um império, herdeiro e representante máximo do Ocidente não há dúvida, mas que tipo de império? Será essa a razão do nosso ódio? Parece que o sentimento que oferecemos aos EUA é o inverso quanto à China. Mas por que odiamos os EUA e amamos a China? Recentemente a China ultrapassou a produção industrial americana e se constitui no seu principal concorrente, e a

China, um império que cresce num ritmo próprio.

  Não é novidade que há 70 anos a China é governada por uma ditadura comunista e que nas últimas décadas esse país se tornou a maior oficina do mundo. A combinação de governo centralizado, economia de guerra, mão de obra abundante, disciplinada, qualificada e forte execução de planejamento estratégico e intenso investimento estrangeiro transformaram a China numa potência industrial, ultrapassando os Estados Unidos em 2010. Dentre as medidas que facilitaram esse crescimento industrial, destacam-se as Zonas Econômicas Especiais que foram criadas na década de 80, onde surgiram os polos industriais, tecnológicos e urbanos mais desenvolvidos, no litoral da China. Graças aos maciços e constantes investimentos estrangeiros associados ao Estado Chinês através de joint venture produziram elevadas taxas de crescimento econômico ao longo de várias décadas. Ao ocupar a posição de maior exportador de produtos manufaturados do mundo, surgiram empresas estatais poderosíssimas as quais controlam mais

POR QUE A CHINA QUER O PARÁ?

No início do ano passado o Pará ultrapassou o estado de Minas na produção mineral. As atividades minerárias dão uma boa ideia do perfil da economia paraense especializada em exportar commodities. A quase totalidade dos minérios extraídos é exportada, sendo 76,3 % de ferro, 17,5% de cobre, tem menor participação: bauxita, manganês, alumínio e caulim. A Ásia é o destino de 80% dessa exportação, 60% vão para a China. Desde a década de 60, o Pará adquiriu importância estratégica no projeto de aceleração do crescimento econômico nacional, o setor mineral vem se expandindo e se desenvolvendo. No período do governo militar, se criaram órgãos especiais, fundos de desenvolvimento, incentivos fiscais, aberturas de estradas, portos, além de incentivo não apenas a mineração, mas a outros segmentos da economia paraense, que promoveram a imigração, estímulos à agricultura, pecuária (atualmente o Pará é o maior exportador de boi em pé do país), atividade madeireira e industrialização. Uma das med

A população de Maracanã, mas especialmente, da região do Campo da Mangaba, após meio século, finalmente terá seu grande sonho realizado: o asfaltamento da PA-430.

O município de Maracanã tem 28.376 pessoas (Censo de 2010) e possui uma extensão de 807, 628 km², ocupa a 113º posição em extensão entre os 144 municípios paraenses, localizado na Região Geográfica Imediata de Castanhal (IBGE), ou na região de integração do Guamá (SEPLAN), no setor 4 da zona costeira paraense (SEMA). Em seu território existem 4 unidades de conservação: Reserva Extrativista Maracanã, com 30.179,20 Ha, de Uso Sustentável, Área de Proteção Ambiental Algodoal-Maiandeua, com 2.378 Ha, de Uso Sustentável, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Campo das Mangabas, com 7.062,02 Ha, de Uso Sustentável e Refúgio de Vida Silvestre Padre Sérgio Tonetto, com 339 Ha, de Proteção Integral, cuja localização se encontra no interior da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Campo das Mangabas, essas áreas somam 39.619,22 Ha, sob proteção ambiental, que equivalem 49,05% do território municipal. No dia 05 de outubro de 2020, o governo estadual autorizou a construção do terminal hidroviá

Resenha do livro O Quarto Poder – Uma outra história,

O quarto poder – uma outra história, de Paulo Henrique Amorim, lançado em setembro de 2015, pela Editora Hedra, quatro anos antes de seu falecimento, é um livro de memórias, no qual o autor, um jornalista premiado, resolveu publicar para celebrar seus 50 anos de profissão. Embora, fosse um comunista, oferece uma perspectiva interessante da história política do Brasil, através de seus registros desde os 18 anos de idade, quando iniciou no jornalismo, seguindo a carreira do pai, também jornalista. O livro é uma coleção de momentos que vai da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, até ao segundo mandato de Lula, em 2011, portanto, acompanha um período significativo e de grandes transformações do país. Seu objetivo no livro é revelar a atuação do “quarto poder” no Brasil, que de acordo com a Wikipédia é uma denominação usual utilizada para expressar que a Mídia (meios de comunicação de massa) exerce tanto poder e influência em relação à sociedade quanto os Três Poderes nomeados e

China venceu? : O desafio chinês ao primado americano.

               China venceu? : O desafio chinês ao primado americano. Livro de Kishore Mahbubani, ex-diplomata de Cingapura por mais de 30 anos e cientista político há pelos 15 anos. Atualmente, é professor de Prática de Políticas Públicas na Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Cingapura. Publicado internacionalmente, no final de março deste ano, ainda não traduzido para o português, o qual li na versão publicada em inglês através do leitor digital Kindle que oferece o recurso de tradução. Ele escreveu essa obra para os americanos. O autor chega a um diagnóstico perturbador sobre os EUA, o qual desde o fim da Guerra Fria, após terem emergido como a única superpotência mundial, eles começaram a se autodestruírem, eles se tornaram seus piores inimigos, isso já dura três décadas e pelo que tudo indica à tendência é o agravamento desse declínio.                Do outro lado, observa-se a ascensão da China à posição de superpotência, projeto bem-sucedido ao

Resenha do livro China versus Ocidente: O deslocamento do poder global no século XXI.

É um livro escrito por Ivan Tselichtchev, com a colaboração de Yang Yongxin e Frank-Jürgen Richter, publicado originalmente na língua inglesa em 2012. No nosso idioma isso só aconteceu em abril de 2015. O Ivan Tselichtchev é um Ph.D. em Economia, de nacionalidade russa, que há mais de 20 anos mora no Japão, onde já trabalhou em importantes universidades japonesas, atualmente é professor na Niigata University of Management no Japão e atua como especialista internacional nas áreas de economia e negócios asiáticos. Também é autor de vários livros e mais de 200 artigos acadêmicos. Mesmo publicado há oito anos, continua uma obra atual e sua leitura vale a pena, seja porque suas previsões se confirmaram e as análises dos dados econômicos até aquele ano, ainda, permanecem válidas. A proposta básica desse livro é desvelar o fato mais importante do início do século XXI, que foi a emergência da China como uma nova superpotência global. Surgindo assim, uma configuração de duopólio formado pelos E

RESENHA DO LIVRO SUPERFUSION: HOW CHINA AND AMERICA BECAME ONE ECONOMY AND WHY THE WORLD'S PROSPERITY DEPENDS ON IT

Superfusão: como a China e a América se tornaram uma economia e por que a prosperidade do mundo depende dela ou Superfusion: How China and America Became One Economy and Why the World's Prosperity Depends on It (No original). Livro de Zachary Karabell, autor, colunista e investidor de Nova York que atuou anteriormente como Chefe de Estratégias Globais da Envestnet, uma empresa de serviços financeiros de capital aberto, publicado em 2009, nos EUA, ainda indisponível em português. Li através do leitor digital Kindle que dispõe de tradução. Hoje, o mundo vive a Globalização e o eixo dessa integração econômica é um condomínio chamado Chimérica ou Superfusão, que significa a união econômica de Estados Unidos e China. Esses dois países são o eixo da economia mundial. A estabilidade da globalização depende da estabilidade desses dois países. A China detém o maior volume de títulos da dívida pública dos Estados Unidos. A China é a maior credora do governo americano. Do outro lado, os est

"O aviso na Muralha: A China e o Ocidente no século XXI"

O livro "O aviso na Muralha: A China e o Ocidente no século XXI", de Will Hutton, jornalista, escritor, político e acadêmico londrino, publicado originalmente em 2007 na Inglaterra, e em 2008 aqui no Brasil. Este livro é uma excelente contribuição ao conhecimento sobre o China, os EUA e a globalização. Mesmo que esse livro tenha sido concluído para publicação em julho de 2006, portanto um ano antes da grande crise financeira do subprime, desencadeada em julho de 2007 nos EUA, e elaborado numa perspectiva que jamais previu que em janeiro de 2020, a Inglaterra se retiraria da União Europeia, chamado na mídia de Brexit, o qual é uma abreviação para "British exit" ("saída britânica"), e bem distante de um cenário de pandemia causado por um vírus que surgiu na China. Ainda assim, o livro continua atual, interessante e abrangente sobre o cenário mundial. O objetivo geral dessa obra é demonstrar que o Ocidente continuará na vanguarda do mundo porque detém um pa