O NOSSO ANTIAMERICANISMO DELIRANTE!
É natural reagirmos à figura dos Estados Unidos. Seria
preocupante se fôssemos indiferentes. Essa reação tem sido muito mais de
aversão, de ódio, desprezo, aos irmãos do Norte. Mas por quê desse tipo de
aversão? Temos uma visão negativa deles, pressupõe que a figura dos Estados
Unidos da América esteja associada à de um país dominante, que explora, invade,
rouba, saqueia o resto do mundo, que é um país superdesenvolvido e
superpoderoso porque saqueou os demais países. Portanto, de acordo com essa
compreensão os EUA são herdeiros direto dos colonizadores europeus, os quais
saquearam a América, a África e a Ásia. Que os EUA são um império, herdeiro e
representante máximo do Ocidente não há dúvida, mas que tipo de império? Será
essa a razão do nosso ódio?
Parece que o sentimento que oferecemos aos EUA é o inverso
quanto à China. Mas por que odiamos os EUA e amamos a China? Recentemente a
China ultrapassou a produção industrial americana e se constitui no seu
principal concorrente, e adquiriu capacidade econômica e bélica para rivalizar
com os EUA no cenário mundial. Será que o nosso amor à China está apoiado na
crença de que esse país representa nossa vingança contra a dominação dos EUA?
Portanto, nessa visão a China poderá nos libertar da dominação estadunidense,
do roubo, do saque, da escravidão, da exploração, etc. Mas será que essa visão
é verdadeira?
A China é uma potência mundial, assim como são os EUA, com a
diferença de o primeiro ter um governo tirano, totalitário, eficiente máquina
estatal de terror, no qual o estado concentra poder político, militar e
econômico, sendo a sociedade uma massa passiva e sem nenhuma autonomia, sem
direitos humanos, sem liberdade de expressão, sem direitos trabalhistas,
enquanto os EUA são uma república, liberal, cristã, democrática, capitalista,
onde se respeita os direitos humanos, etc. Assim, vemos que existem muitas
diferenças entre a China e os Estados Unidos.
O nosso ódio aos EUA tem alguma base real? Eles invadiram o
Brasil? Tomaram alguma refinaria? Duto? Rodovia? Poço de petróleo? Têm forças
armadas estacionadas no território brasileiro? Alguma empresa estatal
estadunidense está instalada aqui? Eles tomaram a Amazônia? Controlam algum
setor econômico do Brasil? Controlam? Não!
Na prática, o povo norte-americano é a maior comunidade
cristã protestante do mundo, nacionalista, onde a liberdade individual é um
valor básico da vida social, o amor ao trabalho é um dos princípios da economia
e a ética, o norte geral da sociedade. Já o povo chinês, em geral, ateu, que
preza pela ordem à liberdade, o trabalho é um instrumento de guerra, que
acredita num Estado forte e absoluto, o qual encarna sua identidade nacional.
Considerando os aspectos desses dois povos e a posição deles
no mundo, tem sentido o ódio ou amor a eles? Será o nosso ódio aos EUA produto
de paranoia ou algo pior? Temos inveja, baixa autoestima? Ressentimo-nos quando
comparamos os números do Brasil aos deles. Além disso, o delírio se aprofundou
a partir da nossa adesão ao comunismo
que inoculou na maioria a ideologia terceiro-mundista, a qual explica que o
fracasso do resto do mundo é culpa dos países desenvolvidos, aplicando a teoria
da luta de classes, os países desenvolvidos são a burguesia, os patrões do
mundo, ladrões, e os países pobres, proletários, as vítimas da mais-valia. É a
pregação da revolução comunista no plano internacional. Ideologia que dominou
boa parte do mundo, especialmente nos países desenvolvidos. Até 1991, quem
exercia essa liderança era a URSS, mas com seu desmantelamento, a China assumiu
o seu lugar.
Portanto, o amor à China é um dever de militância do
esquerdismo dominante no Brasil, assim como também, o ódio ao EUA.
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